A
cinesiologia e biomecânica representa um conjunto de conhecimentos fundamentais
para a formação do fisioterapeuta, uma vez que o movimento humano é o seu
principal objeto de estudo. É por meio da compreensão do movimento considerado
normal que o fisioterapeuta pode entender as alterações do movimento, e a
partir disto, propor estratégias para a recuperação dos movimentos quando
possível, ou a promover adaptações quando a recuperação não é mais possível.
A análise da história da cinesiologia (estudo do movimento) e da biomecânica (mecânica aplicada ao sistema biológico) revela que uma origem comum. Aristóteles (322 A.C.) é considerado o pai da cinesiologia por ser o primeiro a descrever a função e ação dos músculos e ossos, e o processo de deambulação. Muito depois, veio Borelli (1608) que é considerado o pai da biomecânica por ser o primeiro a estudar matematicamente o movimento. Isto nos revela a diferença básica entre cinesiologia e biomecânica. A cinesiologia descreve os movimentos e a biomecânica os quantifica pelo uso da matemática. No entanto, segundo Hamill & Knutzen (2008) “os estudiosos do movimento humano frequentemente discordam quanto ao uso dos termos cinesiologia e biomecânica. Cinesiologia pode ser utilizada de duas maneiras. Em primeiro lugar, cinesiologia como o estudo científico do movimento humano pode ser um termo abrangente utilizado para descrever qualquer forma de avaliação anatômica, fisiológica, psicológica ou mecânica do movimento humano. A Cinesiologia também descreve o conteúdo de uma classe em que o movimento humano é avaliado pelo exame de sua origem e características. Isto ocorreu a partir do século XX, momento que a cinesiologia passou a ser como uma disciplina distinta na família das disciplinas científicas, sua forma organizada tornou-se bem mais abrangente e integrada teoricamente. Como disciplina o foco é sobre o comportamento dos movimentos de organismos vivos. Consequentemente, o termo cinesiologia tem sido utilizado por diversas disciplinas para descrever muitas áreas conteudísticas diferentes. Isto chegou ao ponto de usar o termo cinesiologia para descrever movimentos de seres não humanos; situações terapêuticas em humanos, e até mesmo nomear departamentos em algumas universidades, e ainda, o conteúdo de uma aula de cinesiologia pode ser composto de anatomia funcional em uma universidade e exclusivamente biomecânica em outra”.
Historicamente, cursos de cinesiologia se concentravam no sistema musculoesquelético, eficiência dos movimentos do ponto de vista anatômico e ações das articulações e dos músculos durante movimentos simples e complexos. Na maioria das vezes, as análises cinesiológicas são consideradas qualitativas, porque envolvem a observação de uma atividade e identifica suas fases distintas, descrever os movimentos segmentados que ocorrem em cada fase e identificar os principais músculos que contribuem para o movimento articular. Por exemplo, o movimento de agachar poderia ser descrito com a flexão de quadril, joelho e dorsiflexão de tornozelo, usando de contrações excêntricas de glúteo máximo, quadríceps e sóleo respectivamente em cada articulação. Para o retorno na posição original, ocorreriam contrações concêntricas dos mesmos músculos para produzir a extensão do quadril e joelho e a flexão plantar no tornozelo.
Na segunda metade do século XX a biomecânica foi desenvolvida como área de estudos. O conteúdo da biomecânica foi extraído da mecânica, área da física que consiste no estudo do movimento e no efeito das forças incidentes em um objeto. Percebeu-se que muitos dos conceitos utilizados na engenharia poderiam ser aplicados ao corpo humano. Então, foi uma transição natural a aplicação da mecânica nos organismos vivos, surgindo então a biomecânica. A análise da biomecânica avalia o movimento de um organismo vivo e os efeitos de determinadas forças sobre esse organismo. A análise biomecânica pode ser qualitativa com o movimento observado e descrito, ou quantitativa, significando que será medido em algum aspecto. Assim, pode-se dizer que a biomecânica tem um objeto de estudo bem definido e os resultados de sua investigação são obtidos por métodos próprios. Entretanto, em razão de suas características, a biomecânica pode atuar em diversas áreas como locomoção humana; esporte; reabilitação; ortopedia e traumatologia; instrumentação e métodos; modelagem computacional; tecidos e biomateriais; cardiovascular e respiratória; e na ergonomia.
No sentido mais amplo de sua aplicação, o movimento humano é o seu objeto de estudo. Na abordagem quantitativa, as características dos movimentos são descritas usando parâmetros como velocidade e direção. Como o movimento foi criado por meio de forças internas e externas.
A biomecânica interna preocupa-se com a determinação das forças internas (forças articulares e musculares) e as conseqüências resultantes dessas forças (tensões) do biomaterial, frente às diferentes formas de solicitação mecânica.
A biomecânica externa representa aqueles parâmetros de determinação quantitativa e ou qualitativa referentes às mudanças de lugar e posição do corpo humano, com auxilia de medidas descritivas cinemáticas e dinâmicas.
Os métodos utilizados pela biomecânica para abordar as diversas formas de movimentos são a cinemetria, dinamometria, eletromiografia e antropometria.
A cinemetria consiste em um conjunto de métodos para medir parâmetros cinemáticos. Envolve a aquisição de imagens durante a execução do movimento e calcula-se a posição, orientação, velocidade e aceleração do corpo ou segmento corporal. As imagens podem ser registradas desde fotografias até a captura de imagens por vídeo e por sistemas optoeletrônicos, permitindo a análise tridimensional.
A dinamometria envolve todos os tipos de medidas de força e a distribuição de pressão. As forças podem ser medidas por meio de plataformas de força, dinamômetros isocinéticos e transdutores de força.
A eletromiografia é o registro da atividade elétrica de um músculo em contração. Esse registro é feito por meio de eletrodos conectados aos músculos e os sinais são amplificados e depois registrados por computador.
A antropometria se preocupa em determinar características e propriedades do aparelho locomotor como as dimensões das formas geométricas de segmentos corporais, distribuição de massa, braço de alavanca, etc. Muitos modelos antropométricos representam o corpo humano. Esses modelos são essenciais para o cálculo das forças internas.
Portanto, do ponto de vista do campo de atuação do fisioterapeuta podemos considerar a cinesiologia como a identificação e descrição das estruturas anatômicas e sua função, enquanto que a biomecânica descreve qualitativamente e quantitativamente o movimento humano. Elas são disciplinas que se complementam para melhor compreender o movimento humano. Isto permite as alterações do movimento sejam identificadas e melhor analisadas, bem como os procedimentos terapêuticos por meio de exercícios sejam estudados e os seus resultados sejam mensurados.
Referências
HAMILL, J.; KNUTZEN, K.M. Bases biomecânicas do movimento humano. 2 ed. São Paulo: Editora Manole, 2008.
LIPPERT, L.S. Cinesiologia Clínica para Fisioterapeutas. 3a ed. Rio de Janeiro: Ganabara Koogan, 2003.
AMADIO, A.C.; DUARTE, M. Fundamentos biomecânicos para a análise do movimento. Laboratório de Biomecânica, Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, 1997.
A análise da história da cinesiologia (estudo do movimento) e da biomecânica (mecânica aplicada ao sistema biológico) revela que uma origem comum. Aristóteles (322 A.C.) é considerado o pai da cinesiologia por ser o primeiro a descrever a função e ação dos músculos e ossos, e o processo de deambulação. Muito depois, veio Borelli (1608) que é considerado o pai da biomecânica por ser o primeiro a estudar matematicamente o movimento. Isto nos revela a diferença básica entre cinesiologia e biomecânica. A cinesiologia descreve os movimentos e a biomecânica os quantifica pelo uso da matemática. No entanto, segundo Hamill & Knutzen (2008) “os estudiosos do movimento humano frequentemente discordam quanto ao uso dos termos cinesiologia e biomecânica. Cinesiologia pode ser utilizada de duas maneiras. Em primeiro lugar, cinesiologia como o estudo científico do movimento humano pode ser um termo abrangente utilizado para descrever qualquer forma de avaliação anatômica, fisiológica, psicológica ou mecânica do movimento humano. A Cinesiologia também descreve o conteúdo de uma classe em que o movimento humano é avaliado pelo exame de sua origem e características. Isto ocorreu a partir do século XX, momento que a cinesiologia passou a ser como uma disciplina distinta na família das disciplinas científicas, sua forma organizada tornou-se bem mais abrangente e integrada teoricamente. Como disciplina o foco é sobre o comportamento dos movimentos de organismos vivos. Consequentemente, o termo cinesiologia tem sido utilizado por diversas disciplinas para descrever muitas áreas conteudísticas diferentes. Isto chegou ao ponto de usar o termo cinesiologia para descrever movimentos de seres não humanos; situações terapêuticas em humanos, e até mesmo nomear departamentos em algumas universidades, e ainda, o conteúdo de uma aula de cinesiologia pode ser composto de anatomia funcional em uma universidade e exclusivamente biomecânica em outra”.
Historicamente, cursos de cinesiologia se concentravam no sistema musculoesquelético, eficiência dos movimentos do ponto de vista anatômico e ações das articulações e dos músculos durante movimentos simples e complexos. Na maioria das vezes, as análises cinesiológicas são consideradas qualitativas, porque envolvem a observação de uma atividade e identifica suas fases distintas, descrever os movimentos segmentados que ocorrem em cada fase e identificar os principais músculos que contribuem para o movimento articular. Por exemplo, o movimento de agachar poderia ser descrito com a flexão de quadril, joelho e dorsiflexão de tornozelo, usando de contrações excêntricas de glúteo máximo, quadríceps e sóleo respectivamente em cada articulação. Para o retorno na posição original, ocorreriam contrações concêntricas dos mesmos músculos para produzir a extensão do quadril e joelho e a flexão plantar no tornozelo.
Na segunda metade do século XX a biomecânica foi desenvolvida como área de estudos. O conteúdo da biomecânica foi extraído da mecânica, área da física que consiste no estudo do movimento e no efeito das forças incidentes em um objeto. Percebeu-se que muitos dos conceitos utilizados na engenharia poderiam ser aplicados ao corpo humano. Então, foi uma transição natural a aplicação da mecânica nos organismos vivos, surgindo então a biomecânica. A análise da biomecânica avalia o movimento de um organismo vivo e os efeitos de determinadas forças sobre esse organismo. A análise biomecânica pode ser qualitativa com o movimento observado e descrito, ou quantitativa, significando que será medido em algum aspecto. Assim, pode-se dizer que a biomecânica tem um objeto de estudo bem definido e os resultados de sua investigação são obtidos por métodos próprios. Entretanto, em razão de suas características, a biomecânica pode atuar em diversas áreas como locomoção humana; esporte; reabilitação; ortopedia e traumatologia; instrumentação e métodos; modelagem computacional; tecidos e biomateriais; cardiovascular e respiratória; e na ergonomia.
No sentido mais amplo de sua aplicação, o movimento humano é o seu objeto de estudo. Na abordagem quantitativa, as características dos movimentos são descritas usando parâmetros como velocidade e direção. Como o movimento foi criado por meio de forças internas e externas.
A biomecânica interna preocupa-se com a determinação das forças internas (forças articulares e musculares) e as conseqüências resultantes dessas forças (tensões) do biomaterial, frente às diferentes formas de solicitação mecânica.
A biomecânica externa representa aqueles parâmetros de determinação quantitativa e ou qualitativa referentes às mudanças de lugar e posição do corpo humano, com auxilia de medidas descritivas cinemáticas e dinâmicas.
Os métodos utilizados pela biomecânica para abordar as diversas formas de movimentos são a cinemetria, dinamometria, eletromiografia e antropometria.
A cinemetria consiste em um conjunto de métodos para medir parâmetros cinemáticos. Envolve a aquisição de imagens durante a execução do movimento e calcula-se a posição, orientação, velocidade e aceleração do corpo ou segmento corporal. As imagens podem ser registradas desde fotografias até a captura de imagens por vídeo e por sistemas optoeletrônicos, permitindo a análise tridimensional.
A dinamometria envolve todos os tipos de medidas de força e a distribuição de pressão. As forças podem ser medidas por meio de plataformas de força, dinamômetros isocinéticos e transdutores de força.
A eletromiografia é o registro da atividade elétrica de um músculo em contração. Esse registro é feito por meio de eletrodos conectados aos músculos e os sinais são amplificados e depois registrados por computador.
A antropometria se preocupa em determinar características e propriedades do aparelho locomotor como as dimensões das formas geométricas de segmentos corporais, distribuição de massa, braço de alavanca, etc. Muitos modelos antropométricos representam o corpo humano. Esses modelos são essenciais para o cálculo das forças internas.
Portanto, do ponto de vista do campo de atuação do fisioterapeuta podemos considerar a cinesiologia como a identificação e descrição das estruturas anatômicas e sua função, enquanto que a biomecânica descreve qualitativamente e quantitativamente o movimento humano. Elas são disciplinas que se complementam para melhor compreender o movimento humano. Isto permite as alterações do movimento sejam identificadas e melhor analisadas, bem como os procedimentos terapêuticos por meio de exercícios sejam estudados e os seus resultados sejam mensurados.
Referências
HAMILL, J.; KNUTZEN, K.M. Bases biomecânicas do movimento humano. 2 ed. São Paulo: Editora Manole, 2008.
LIPPERT, L.S. Cinesiologia Clínica para Fisioterapeutas. 3a ed. Rio de Janeiro: Ganabara Koogan, 2003.
AMADIO, A.C.; DUARTE, M. Fundamentos biomecânicos para a análise do movimento. Laboratório de Biomecânica, Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, 1997.
Palmilhas
Personalizadas
Exame de
Podometria Computadorizado
O
exame de Podometria Computorizado é um exame imprescindível como meio auxiliar
de diagnóstico nos problemas de apoio do pé e no seguimento da aplicação de um
tratamento personalizado por meio de uma palmilha.
Este
aparelho electrónico de alta tecnologia é constituído por sensores de pressão
que permite registar; avaliar e quantificar a pressão plantar em estática e
dinâmica.
O conjunto
dos resultados obtidos ao longo do exame são importantes na identificação e
detecção dos factores que desencadeiam a lesão mecânica do pé como: dor
plantar; fasceíte; esporão calcanhar; amputados entre outras.
Realizamos
também uma avaliação postural que permite diagnosticar o alinhamento dos
segmentos corporais do paciente como: desvios da coluna vertebral; membros
superiores e inferiores. Através desta avaliação do paciente em diferentes
planos e da determinação da posição relativa de referências anatómicas, é
possível concluirmos de forma quantitativa os possíveis desvios posturais
através de ângulos articulares e distâncias, que de igual modo é fundamental
previamente á prescrição de uma palmilha.
Palmilhas
Personalizadas
Posteriormente à avaliação Biomecânica e diagnóstico realizado do problema
mecânico do pé, são tiradas várias medidas ao pé e posteriormente é desenhada
uma palmilha personalizada para cada pé. Esta palmilha personalizada, poderá
ser adaptada num molde positivo do pé ou directamente no pé do paciente através
de um equipamento especializado de vácum.Com esta técnica conseguimos uma palmilha totalmente personalizada, extremamente leve; com maior conforto; de menor espessura e melhor adaptação ao calçado. No final o êxito do tratamento quer a nível de prevenção; correcção ou até mesmo de substituição do pé ou parte deste será maior.
As palmilhas ortopodológicas personalizadas são confeccionadas com diversos materiais específicos, elegemos estes materiais e o seu tipo de adaptação mediante o diagnóstico; actividade física; idade e peso do paciente.
Função das Palmilhas Personalizadas
As
palmilhas Ortopodológicas personalizadas são utilizadas como prevenção;
correcção ou podem ser acomodativas.
As
palmilhas de prevenção são bastante utilizadas em pessoas de risco como o caso
do Pé Diabético com o intuito de prevenir o aparecimento de úlceras evitando
futuramente o risco de amputação.
As
palmilhas de correcção utilizadas particularmente em crianças com objectivo de
corrigir ou evitar o apoio incorrecto do pé.
As
palmilhas acomodativas podem ser utilizadas no caso dos adultos; idosos, pé
reumático entre outros casos, com finalidade de acomodar o pé melhorando o
conforto e diminuindo as zonas de pressão e dor.
Exemplos
de Casos de Aplicação de Palmilhas
Pé Desportista, Pé Plano Infantil, Pé Plano do Adulto, Pé Cavo, Pé
Reumático, Pé de Charcot, Prevenção e/ou cicatrização de úlceras no Pé
Diabético, Amputação, Esporão Calcanhar, Neuroma de Morton, Marcha em
Intraversão (pés voltados para dentro), Marcha em Extraversão (pés voltados
para fora), Caminhar em bicos de pés, Pernas de diferentes tamanhos, Entorses,
Joanetes, Paramiloidose ou Doença dos Pezinhos, Deformação e desgaste do
calçado.EQUIPE: Caio, Diego, João, Diego de Castro, Sérgio, Franciele e Aline
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