quinta-feira, 24 de novembro de 2011


                   BIOMECANICA RESPIRATÓRIA: DPOC                                                                                Em pacientes com DPOC, a resistência pulmonar está aumentada ocasionada pela redução difusa da luz brônquica que causa obstrução relativa ao fluxo aéreo. A hipersecreção, o edema e o espasmo são fatores responsáveis pela obstrução brônquica e causam grandes alterações na dinâmica respiratória. Durante a crise, a inspiração torna-se rápida e superficial, enquanto a expiração aumenta seu momento e não possibilita a saída eficaz do ar, causando a hiperinsuflação pulmonar. A dispnéia está diretamente associada à taquipnéia, conforme o paciente tenta manter o volume-minuto frente à obstrução severa na fase expiratória (HUDSON; GANDVIA; BUTLER, 2007; CHITI et al., 2008; LAO et al., 2009; GÜERRI et al., 2010).
Funcionalmente, a hiperinsuflação pulmonar é caracterizada pelo aumento da capacidade residual funcional que determina considerável mudança na mecânica dos músculos respiratórios, comprometendo a capacidade da bomba ventilatória em sustentar a respiração espontânea. A complacência dinâmica do sistema respiratório diminui e a pressão positiva de final de expiração (PEEP intrínseca) impõe um limiar de carga inspiratória que deve ser superado antes que ocorra fluxo inspiratório. A capacidade pulmonar total pode permanecer normal ou levemente aumentada (POWELL; WILLIAMS, 2009; VAGAGGINI et al., 2009).

Como toda insuficiência respiratória obstrutiva o tórax fica bloqueado em  inspiração. À medida que as crises vão acontecendo, alterações na mecânica respiratória vão se tornando mais pronunciadas, por exemplo, o rebaixamento das hemicúpulas diafragmáticas resulta em uma menor pressão abdominal e, conseqüentemente, em menor expansão da caixa torácica inferior levando a diminuição da mobilidade costal (DUIVERMAN et al., 2009).
Este processo ocasiona encurtamento dos músculos ventilatórios, gerando uma desvantagem mecânica para atender às necessidades da demanda respiratória. O tórax bloqueado em inspiração resulta em uma tensão excessiva e permanente dos encadeamentos musculoaponeuróticos, sendo chamado de tórax em tonel (SOUCHARD, 1986).
A coluna cervical está com uma ligeira flexão anterior da cabeça sobre a primeira vértebra cervical (C1), de C1 sobre C2 sobre C3,devido à contração excessiva dos músculos eretores da coluna, que são: os para-vertebrais, longo do pescoço, suboccipitais e transversos espinhosos. A região dorsal apresenta-se em lordose interescapular gerada pela tensão excessiva dos transversos espinhosos, atuando principalmente na quarta vértebra torácica (T4). A região lombar encontra-se em lordose total de T12 a L5 devido a contração excessiva causada pelo pilar do diafragma que mantém a décima segunda vértebra (T12) e a terceira vertebral lombar (L3) anteriorizada e rodada para cima. Além disso, os músculos psoas alteram a posição anatomo-fisiológica da L3, modifica relativamente às articulações coxo-femorais, associam-se ao diafragma, trazendo toda a coluna lombar em anteriorização e fletem a quinta vértebra lombar (L5) e a primeira vértebra sacra (S1) devido suas inserções em seu bordo superior (SOUCHARD, 1986; SILVA JÚNIOR, 2003).
A bacia acompanha o quadro com uma anteriorização, puxada pelos músculos ilíacos, enquanto os joelhos são, passivamente, levados a um recurvato para manter o equilíbrio do conjunto (CHAMPGNION, 1998).
Essas alterações promovem encurtamentos e deficiências da musculatura respiratória principal, entrando em ação os músculos acessórios (trapézio, peitorais, esternocleidomastódeos, escalenos), caracterizando a respiração torácica superior com grande consumo de energia e aumenta a tensão muscular. Por esta razão, é que os portadores de DPOC tendem a adotar posturas que facilitem a ação destes músculos nos períodos de crise, com o objetivo de economizar toda energia necessária independentemente da sua estética postural e promover melhor entrada de ar para os pulmões. sua estética postural e promover melhor entrada de ar para os pulmões.
Os pacientes com DPOC tendem a assumir a seguinte postura: ombros elevados e protraídos, retificação da cifose dorsal na região interescapular, escápulas abduzidas e rodadas, aumento do diâmetro antero-posterior do tórax (com saliência do esterno), aumento da lordose lombar, tensão muscular variável em toda musculatura do pescoço, dos ombros, face e da coluna, alterações na posição da cabeça, quadril e membros inferiores, além de dispnéia durante a realização da atividade diária.





Aluna : Bianca Sampaio

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