BIOMECANICA RESPIRATÓRIA:
DPOC
Em pacientes com DPOC, a resistência pulmonar está aumentada ocasionada
pela redução difusa da luz brônquica que causa obstrução relativa ao fluxo
aéreo. A hipersecreção, o edema e o espasmo são fatores responsáveis pela
obstrução brônquica e causam grandes alterações na dinâmica respiratória.
Durante a crise, a inspiração torna-se rápida e superficial, enquanto a
expiração aumenta seu momento e não possibilita a saída eficaz do ar, causando
a hiperinsuflação pulmonar. A dispnéia está diretamente associada à taquipnéia,
conforme o paciente tenta manter o volume-minuto frente à obstrução severa na
fase expiratória (HUDSON; GANDVIA; BUTLER, 2007; CHITI et al., 2008; LAO
et al., 2009; GÜERRI et al., 2010).
Funcionalmente, a hiperinsuflação
pulmonar é caracterizada pelo aumento da capacidade residual funcional que
determina considerável mudança na mecânica dos músculos respiratórios,
comprometendo a capacidade da bomba ventilatória em sustentar a respiração
espontânea. A complacência dinâmica do sistema respiratório diminui e a pressão
positiva de final de expiração (PEEP intrínseca) impõe um limiar de carga
inspiratória que deve ser superado antes que ocorra fluxo inspiratório. A
capacidade pulmonar total pode permanecer normal ou levemente aumentada
(POWELL; WILLIAMS, 2009; VAGAGGINI et al., 2009).
Como toda insuficiência
respiratória obstrutiva o tórax fica bloqueado em inspiração. À medida que as crises vão acontecendo,
alterações na mecânica respiratória vão se tornando mais pronunciadas, por
exemplo, o rebaixamento das hemicúpulas diafragmáticas resulta em uma menor
pressão abdominal e, conseqüentemente, em menor expansão da caixa torácica
inferior levando a diminuição da mobilidade costal (DUIVERMAN et al.,
2009).
Este processo ocasiona
encurtamento dos músculos ventilatórios, gerando uma desvantagem mecânica para
atender às necessidades da demanda respiratória. O tórax bloqueado em
inspiração resulta em uma tensão excessiva e permanente dos encadeamentos
musculoaponeuróticos, sendo chamado de tórax em tonel (SOUCHARD, 1986).
A coluna cervical está com uma
ligeira flexão anterior da cabeça sobre a primeira vértebra cervical (C1), de
C1 sobre C2 sobre C3,devido à contração excessiva dos músculos eretores da
coluna, que são: os para-vertebrais, longo do pescoço, suboccipitais e
transversos espinhosos. A região dorsal apresenta-se em lordose interescapular
gerada pela tensão excessiva dos transversos espinhosos, atuando principalmente
na quarta vértebra torácica (T4). A região lombar encontra-se em lordose total
de T12 a L5 devido a contração excessiva causada pelo pilar do diafragma que
mantém a décima segunda vértebra (T12) e a terceira vertebral lombar (L3) anteriorizada
e rodada para cima. Além disso, os músculos psoas alteram a posição
anatomo-fisiológica da L3, modifica relativamente às articulações
coxo-femorais, associam-se ao diafragma, trazendo toda a coluna lombar em
anteriorização e fletem a quinta vértebra lombar (L5) e a primeira vértebra
sacra (S1) devido suas inserções em seu bordo superior (SOUCHARD, 1986; SILVA
JÚNIOR, 2003).
A bacia acompanha o quadro com
uma anteriorização, puxada pelos músculos ilíacos, enquanto os joelhos são,
passivamente, levados a um recurvato para manter o equilíbrio do conjunto
(CHAMPGNION, 1998).
Essas alterações promovem
encurtamentos e deficiências da musculatura respiratória principal, entrando em
ação os músculos acessórios (trapézio, peitorais, esternocleidomastódeos, escalenos),
caracterizando a respiração torácica superior com grande consumo de energia e
aumenta a tensão muscular. Por esta razão, é que os portadores de DPOC tendem a
adotar posturas que facilitem a ação destes músculos nos períodos de crise, com
o objetivo de economizar toda energia necessária independentemente da sua
estética postural e promover melhor entrada de ar para os pulmões. sua estética
postural e promover melhor entrada de ar para os pulmões.
Os pacientes com DPOC tendem a
assumir a seguinte postura: ombros elevados e protraídos, retificação da cifose
dorsal na região interescapular, escápulas abduzidas e rodadas, aumento do
diâmetro antero-posterior do tórax (com saliência do esterno), aumento da
lordose lombar, tensão muscular variável em toda musculatura do pescoço, dos
ombros, face e da coluna, alterações na posição da cabeça, quadril e membros
inferiores, além de dispnéia durante a realização da atividade diária.
Aluna : Bianca Sampaio
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